31/01/2021

Os 7 de Chicago

DRAMA, OSCAR 2021


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Titulo Original: The Trial of the Chicago 7 (2h 09min) Direção: Aaron Sorkin
Data de Lançamento: 16 de outubro de 2020                 Elenco: Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen
Nacionalidade: Estados Unidos, Reino Unido e Índia   Gênero: Drama
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Baseado numa história real, o longa Os 7 de Chicago acompanha a manifestação contra a Guerra do Vietnã que interrompeu o congresso do partido Democrata em 1968. Ocorreram diversos confrontos entre a polícia e os participantes. No total, dezesseis pessoas foram indiciadas pelo ato.
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Sem dúvida um dos melhores filmes que eu vi nos últimos meses. Na minha experiência, foi inevitável o laço emocional com o filme. Senti todas as emoções que o roteiro tinha a intenção de provocar, raiva, angústia e a motivação de lutar pelo que acredito. E é de arrepiar os cabelinhos da perna e encher os olhos de lágrima, as pequenas sensações de vitória que o filme te entrega, assim como também a vontade é de socar a tela quando um injustiça é cometida aos carismáticos personagens. E apesar do filme ter um claro carácter  politico, os 7 de Chicago fala sobre humanidade, sobre a luta pelo fim da guerra e sobre a tentativa de fazer a coisa certa dentro de um sistema corrompido. 

A história contada por Os 7 de Chicago é baseada em acontecimentos de cinquenta anos atrás, o que parece muito tempo se pensarmos que isso representa meio século. Ao mesmo tempo que vemos uma representativa mudança desde os anos sessenta para cá, são muito claras as semelhanças entre a realidade vivida naquela época e a realidade que vivemos hoje. A luta dos pacifistas pelo fim da Guerra do Vietnã de alguma certa forma mexeu com a minha percepção sobre a situação que nos encontramos, em meio a uma sociedade majoritariamente racista, já acostumada com a violência policial e com a supremacia daqueles que colocam seus interesses a frente de vidas humanas. A realidade representada no filme não poderia ser mais condizente com o o ano em que este foi lançado, 2020, ano de George Floyd e ano de genocídio.

O filme começa de forma bastante dinâmica, apresentando os personagens principais e nos contextualizando sobre a mobilização do protesto de Chicago, de forma que nos dá a entender ou imaginar que tal ritmo das cenas fosse ser mantido durante o resto do filme. A partir do momento que o roteiro começa a acompanhar o julgamento dos sete no tribunal, as cenas se tornam mais longas e bem menos movimentadas, o que é um pouco frustrante pra ser sincero. Da metade para o final, as cenas de flashback nos dão uma folgas das longas cenas na corte de justiça. O dinamismo, porém, não é perdido em nenhum momento do filme, pois mesmo com cenas mais demoradas, o ritmo do texto e da atuação nos prende a atenção do início ao fim.

Abbie Hoffman e Tom Hayden como os personagens mais desenvolvidos na trama, tiveram seus papéis interpretados com excelência por Sacha Baron Cohen e Eddie Redmayne, respectivamente. Os outros cinco ativistas, porém, foram meio esquecidos no parquinho e isso deixou um pouco a desejar, pois pelo menos dois deles eu tenho certeza que não tiveram mais que duas falas no filme inteiro. Afinal são os 7 de Chicago não os dois.

Como eu disse antes, não há como não relacionar com a história do filme ao que vivemos hoje em dia, não há como não sentir o vigor e a energia que o filme passa e no final, não há como não se render ao chamado. As pautas levantadas pelo diretor Aaron Sorkin continuam sendo atuais e a luta ainda vive, a luta pela vida humana e pelos direitos sociais. Não podemos deixar que nos matem, nos enviem para guerras, tirem nosso oxigênio, nos enganem e hajam contra a vida humana. Fora Bolson
aro, caso não tenha ficado claro. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários. ★★★★★
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Indicado à: 

28/01/2021

Ford vs. Ferrari

DRAMAOSCAR 2020


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Titulo Original: Ford vs. Ferrari (2h 33min)                                  Direção: James Mangold
Data de Lançamento: 14 de novembro de 2019                             Elenco: Matt Damon, Christian Bale
Nacionalidade: Estados Unidos                                                     Gênero: Biografia e Drama
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Na década de 1960, a Ford resolve entrar no ramo de corridas automobilísticas de forma que a empresa ganhe o prestígio e o glamour da concorrente Ferrari, campensíssima em várias corridas. Para tanto, contrata o ex-corredor Carroll Shelby para chefiar a empreitada. Por mais que tenha carta branca para montar sua equipe, incluindo o piloto e engenheiro Ken Miles, Shelby enfrenta problemas com a diretoria da Ford, especialmente pela mentalidade mais voltada para os negócios e a imagem da empresa do que propriamente em relação ao aspecto esportivo.
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O ano de 2020 foi premiado com muitos acontecimentos ruins que definiram para sempre a história da humanidade, porém, apesar de tanta desgraça, o ano passado começou igualmente histórico para o universo do cinema com a memorável 92ª Edição do Oscar. Além do prêmio de melhor filme ter surpreendido o mundo inteiro, tivemos uma edição com uma das melhores seleções de filmes indicados já vistas na história da premiação. Ford vs. Ferrari não foi diferente e é um filme para ser eternizado, como todos os outros filmes desse ano, por que é bom para cacete.

O filme conta sobre a rivalidade das duas grandes empresas automobilísticas, a Ford, dos Estados Unidos e a Ferrari, da Itália, mas mais do que isso, o filme fala sobre a trajetória e a amizade de Shelby e Miles na missão de representar a Ford nas corridas de carro e é justamente aí que o filme nos conquista. Os dois carismáticos personagens nos fazem torcer pela vitória estadunidense, apesar de todos os interesses capitalistas da empresa por trás daquele plano. 

A atuação de Christian Bale é simplesmente icônica, além de muito engraçado e carismático o ator nos conquista com seu jeitão caipira e sua incrível habilidade nesse filme de nos apresentar uma nova personalidade completamente contratante com de seus outros antigos papéis. Em nenhum momento eu me peguei pensando que ele aquele cara é o Batman ou o Jack Kelly, eu estava convencido do papel que ele estava interpretando. Matt Damon fez muito bonito também, mas não chegou aos pés da interpretação trazida por Christian, que em minha humilde opinião era merecida de um prêmio. 

Esse filme é muito maneiro, de verdade. Eu não sou nenhum especialista de cinema pra ficar aqui enchendo linguiça sobre os as incríveis técnicas cinematográficas desse filme, mas eu posso afirmar pra vocês que Ford vs. Ferrari é de altíssima qualidade. Há um toque de nostalgia nesse filme, pois ele nos transporta para os clássicos antigos, talvez um Herbie, meu fusquinha turbinado ou um Carros, sei lá. Eu só sei que me inspirou muito e vou indicar cem por cento. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários. ★★★★★
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Indicado à:                                       .Melhor Edição de Som                     
.Melhor Filme                                  .Melhor Mixagem de Som                  
.Melhor Montagem 

27/01/2021

Adoráveis Mulheres

DRAMAOSCAR 2020


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Titulo Original: Little Women (1h 48min)         Direção: Greta Gerwig
Data de Lançamento: 9 de janeiro de 2020        Elenco: Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh
Nacionalidade: Estados Unidos                         Gênero: Romance, Comédia Dramática
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As irmãs Jo, Beth, Meg e Amy amadurecem da virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a guerra civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam o desafio de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras.
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Adoráveis Mulheres é sem dúvida uma obra prima do cinema. A adaptação cinematográfica do livro de mesmo nome, escrito por Louisa May Alcott, conseguiu atingir os corações de uma gama enorme de jovens que se viram representados no filme e se identificaram nas questões e problemas das quatro personagens incrivelmente carismáticas. A relação íntima familiar entre as irmãs e a mãe é algo naturalmente cômico e a diretora aproveita isso e constrói todo o humor do filme em cima das situações de conflito entre as personagens.

Greta Gerwig, novamente em parceria com jovem atriz Saoirse Ronan, se utiliza de situações cotidianas para ilustrar de forma leve e cômica a vida das personagens, algo bastante relacionável com sua produção de 2018, Lady Bird. Confesso que eu estava com pé atrás ao ver esse filme, por não ter gostado de suas produções anteriores, mas Greta superou em muito minhas expectativas e me fez até mesmo questionar minha crítica ao filme Lady Bird, que eu me lembro bem de não ter gostado. Eu ainda preciso vê-lo de novo para chegar a conclusões mais certas. 

Adoráveis Mulheres é um filme em que não vamos ver o progresso da história da maneira que estamos costumados a ver, a relevância dos acontecimentos é mínima no fluxo do enredo como um todo. Ver esse filme esperando um plot super elaborado ou uma grande e épica reviravolta, é se decepcionar, pois, como eu disse anteriormente, o filme retrata o cotidiano da vida das personagens. Ver Adoráveis Mulheres é sentar no sofá e curtir. E por mais que antes eu não compreendesse muito esse tipo de filme, acredito que estes têm revolucionado o cinema com títulos como: Lady Bird, Me Chame Pelo Seu Nome, Adoráveis Mulheres entre outros.

Um filme leve e muito gostoso de ver, principalmente se você tiver irmãos. Engraçado, inspirador, alegre e facilmente relacionável são algumas das muitas qualidades que esse filme tem. Com certeza Adoráveis Mulheres entrou na minha lista favoritos e eu não poderia deixar de indicá-lo. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários. ★★★★★
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Indicado à:                                       .Melhor Atriz                      
.Melhor Filme                                  .Melhor Atriz Coadjuvante                    
.Melhor Roteiro Adaptado               .Melhor Figurino
.Melhor Trilha Sonora Original

25/01/2021

Parasita

DRAMASUSPENSEOSCAR 2020


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Titulo Original: Gisaengchung (1h 48min)                                 Direção: Bong Joon Ho
Data de Lançamento: 7 de novembro de 2019                            Elenco: Song Kang-Ho, Woo-Sik Choi
Nacionalidade: Coréia do Sul                                                     Gênero: Drama e Suspense
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A família Kim inteira está desemprega, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente comece a dar aulas de inglês a uma garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa dessas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem na família burguesa, um a um. No entanto os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.
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Que momento histórico foi a vitória de Parasita no Oscar de 2020. O primeiro filme estrangeiro a levar a estatueta de melhor filme em 92 anos de premiação e uma obra prima do renomado diretor coreano Bong Joon Ho. Parasita, na minha opinião, mereceu demais esse prêmio, além de ser uma produção absurda, conta uma história super interessante de uma maneira fantástica, sem deixar de lado o entretenimento que o cinema hollywoodiano pede.

O filme retrata um assunto extremamente atual e uma realidade totalmente aplicável para uma grande maioria dos países do mundo, o que, acredito eu, pode ter sido um grande fator para o sucesso que fez internacionalmente. No entanto, a intenção do diretor era abordar uma temática que ele acreditava ser especificamente da Coréia do Sul, que é a disparidade econômica refletindo na questão das moradias. Bong Joon Ho se pronunciou, dizendo que o filme não possui carácter político, o que deu ao diretor mais liberdade de se utilizar de uma visão caricata das duas famílias em comparação.

Enquanto a família Park, presa em sua cômoda bolha social, é totalmente ingênua, a família Kim, devido a pobreza e a necessidade de ascender socialmente, é maliciosa e se aproveita da inocência dos Park para se impregnar na casa, através dos seus planos simples e muito engraçados. O humor do filme vem justamente desse exagero das características opostas das duas famílias, que contribui para o êxito da missão dos Kim. Apesar de nos compadecermos com a realidade miserável dos protagonistas, temos noção de como é errado o parasitismo que eles fazem a família Park, e mesmo condenando suas ações, passamos o filme todo torcendo por eles.

Uma das maiores qualidades do filme é a capacidade de transitar entre diversos gêneros cinematográficos com muita sutileza, o que dificulta muito na hora de classifica-lo com drama, comédia ou suspense, porque na verdade Parasita é tudo isso ao mesmo tempo. O filme tem toda uma tensão envolvente, mas não deixa de pesar num drama de vez em quando, além de ser muito engraçado de uma maneira totalmente indireta e sutil.

Na minha opinião Parasita mereceu todos os prêmios que levou no Oscar e em outras premiações. Parasita, acima de tudo, é uma filme muito divertido e vale super a pena tira um dia da sua vida para assistir. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários. ★★★★★
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Indicado à:                                   .Melhor Roteiro Original
.Melhor Filme                              .Melhor Design de Produção
.Melhor Filme Internacional        .Melhor Montagem
.Melhor Direção

11/02/2020

Jojo Rabbit

COMÉDIAGUERRAOSCAR 2020


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Titulo Original: JoJo Rabbit (1h 48min)             Direção: Taika Waititi
Data de Lançamento: 6 de fevereiro de 2020      Elenco: Roman Griffin Davis, Thomasin McKenzie
Nacionalidade: EUA                                            Gênero: Comédia e Guerra
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JoJo é um garoto alemão solitário que descobre que sua mãe está escondendo uma menina judia no sótão da casa. Ajudado apenas por seu amigo imaginário Adolf Hitler, JoJo deve enfrentar seu nacionalismo cego enquanto a segunda guerra mundial prossegue.
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Contando uma história super interessante de uma maneira leve e divertida, Jojo Rabbit é daqueles filmes que eu poderia ver cinquenta vezes sem cansar. Aborda um tema já muito explorado pelo cinema hollywoodiano de uma maneira totalmente não convencional, arrisco eu até a dizer que revivendo Chaplin do caixão. Jojo é um garoto fanático pela ideologia nazista por querer se sentir pertencente a algo maior e incluído dentre as outras crianças da sua idade, porém ao longo do filme o menino vai descobrindo a real face do nazismo ao conviver com uma menina judia. Jojo não sabe qual voz ouvir, a do seu coração ou a do führer, seu amigo imaginário que tá sempre tentado colocado de volta ao eixo, digo, aos países do eixo, literalmente querem levar as crianças pra guerra.

O filme é hilário e o humor, apesar de se apresentar também nos diálogos, se concentra muito mais nas ações dos personagens, que se explodem o tempo inteiro. É tudo quase que um grande número de palhaçaria feito justamente pra agradar o público, que na minha opinião, deu super certo. A escolha de contar essa história de maneira cômica e além disso, da visão de uma criança, é genial e deixou todo esse assunto mais palatável para o público. É óbvio que sempre existe aquele medo de acabar banalizando uma parada séria, mas eu acho que se esse filme fez isso, foi muito pouco. Apesar da comédia escrachada que foi feita em cima de um tema bastante pesado, a crítica ao nazismo não deixa de ser feita e o filme toca em pontos cruciais quando precisa, dando a devida dramaticidade que certas cenas pedem, ou seja, emociona quando tem que emocionar e tira risada com o absurdo que é toda a ideologia nazista.

Scarlett Johansson mais uma vez fazendo bonito no Oscar, agora no papel da mãe de JoJo, uma personagem muito diferente de qualquer coisa que eu já vi no cinema, engraçada, cuidadosa, meio doida e muito carismática. É muito claro o filme inteiro como grande parte da construção dessa incrível personagem se deve ao trabalho da atriz, que agrega um tom sarcástico a Rosie Betzler. Concorrente a melhor atriz coadjuvante com grandes de chances de levar a estatueta dourada pra casa, além também da categoria melhor atriz com Histórias de um Casamento.

Uma das únicas coisas que me incomodou no filme foi a figura do Hitler como amigo imaginário de JoJo, interpretado pelo próprio diretor do filme, Taika Waititi. O personagem em determinados momentos excedeu o pastelão e acabou sendo um pouco bobão demais. Eu entendo que a intenção é justamente ridicularizar a figura histórica e toda a ideologia absurda que o cara pregava, mas eu acho que o filme fez isso de maneira tão mais inteligente em outros vários momentos e na maioria cenas em que o Hitler aparecia, o filme tendia ao infantilzão.

Não tenho muito mais o que falar sobre JoJo Rabbit, o que é até um pouco frustante, porque eu simplesmente me apaixonei por esse filme e reveria ele várias e várias vezes. A única recomendação que eu tenho a fazer é vocês irem ver, com os amigos, família, namoradxs, com quem vocês quiserem e se preparar pra rir muito. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários. ★★★★★
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Indicado à:                                 .Melhor Montagem
.Melhor Filme                            .Melhor Figurino
.Melhor Roteiro Adaptado         .Melhor Design de Produção
.Melhor Atriz Coadjuvante

08/02/2020

1917

GUERRAOSCAR 2020


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Titulo Original: 1917 (1h 59min)                             Direção: Sam Mendes
Data de lançamento: 23 de janeiro de 2020              Elenco: George MacKay, Dean-Charles Chapman
Nacionalidade: Reino Unido e EUA                         Gênero: Guerra, Histórico e Drama
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Durante a Primeira Guerra Mundial, dois soldados recebem ordens aparentemente impossíveis de cumprir. Em uma corrida contra o tempo, eles precisam atravessar o território inimigo e entregar uma mensagem que pode salvar a vida de 1600 de seus companheiros.
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1917, diferente de muitos filmes de guerra, tem o foco em retratar apenas a realidade infeliz dos soldados que estão vivendo sob condições sub-humanas nos campos de batalha. O filme não entra em questões políticas e não tem o objetivo educativo de mostrar os motivos que tenham levado a guerra ou as consequências posteriores a ela, mas sim de ambientar a Primeira Guerra Mundial da visão de dois soldados britânicos que só querem voltar pras suas casas.

A escolha de abordar o assunto da Primeira Guerra é bastante interessante e até arriscada por parte do diretor inglês Sam Mendes. Quando falamos sobre a Segunda Guerra Mundial, é muito fácil dizer quem foram os vilões da história, porém ao falarmos da Primeira Grande Guerra, a discussão não é tão simples, pois o interesse de outros países também estavam em jogo. Surpreendendo um total de zero pessoas o filme não tem objetivo nenhum em apoiar os britânicos na briga contra os alemães e isso fica muito claro com o decorrer das cenas. Os heróis desde o início não tem a menor intenção em matar seus inimigos de guerra e só fizeram quando extremamente necessário, o foco da jornada deles é muito mais humanitária do que qualquer outra coisa. 

Em relação ao roteiro, a única parada que realmente me incomodou um pouco foram os clichês que o filme caiu em alguns momentos. Eu até sou a favor dessas breguisses, eu particularmente adoro, porém não sei se nesse filme combina tanto. Ao mesmo que parece que quer prover ao público a experiência mais realista possível, o filme já começa diferente da maioria dos outros filmes de guerra, com muitos diálogos e algumas falas meio novelescas até. Além também de algumas cenas meio previsíveis, que todo filme de aventura tem e que eu não via necessidade de ter. A produção me pareceu indecisa com relação a isso, o que resultou num contrate muito grande entre roteiro e execução prática.

Se tem um prêmio que esse filme devia ganhar é o de melhor fotografia. 1917 é divido em duas grandes cenas de plano sequência e nós realmente acompanhamos toda jornada dos protagonistas. É quase como se estivéssemos com eles dentro da história de tão imersivo que esse filme é, não só por causa da fotografia que não sai um segundo do foco no personagem, mas também pela edição e mixagem de som que faz com que sejamos levados sonoramente pra dentro do ambiente de guerra. Eu tomei susto várias vezes durante filme, porque parece que os tiros e as bombas acontecem do seu lado, chega um ponto que você mesmo esquece que aquilo é um filme. Bizarro.

A escolha de trabalhar com plano sequência além de envolver uma grande equipe de fotografia também exige um trabalho absurdo de atuação e de cenografia, até porque vira tudo um grande teatro filmado, ou seja, as cenas em que os personagens andam pelas trincheiras durante alguns minutos de diálogo realmente aconteceram, aqueles cenários eram reais, desenhados e construídos pela equipe de design de produção do filme. Além disso o filme, apesar de também ter um trabalho impecável com os efeitos especiais, é muito generoso também com os efeitos práticos, muita coisa alí é fogo de verdade, fumaça de verdade e isso dá um toque muito maior de realidade para produção.

É um filme bizarro de bom e o favoritinho do Oscar. Se você tá acompanhando os filmes da premiação que nem eu, não dá pra perder. Vai com os amigos que curtem cinema também, porque é uma experiência imersiva super maneira. Não é o melhor filme de guerra que eu já vi não, mas um dos melhores de aventura. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários. ★★★★★
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Indicado à:                           .Melhor Fotografia                    .Melhor Edição de Som
.Melhor Filme                      .Melhores Efeitos Visuais         .Melhor Mixagem de Som
.Melhor Direção                  .Melhor Design de Produção     .Melhor Trilha Sonora
.Melhor Roteiro Original    .Melhor Cabelo e Maquiagem

07/02/2020

História de um Casamento

DRAMA, OSCAR 2020


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Titulo Original: Marriage Story (2h 17min)                          Direção: Noah Baumbach
Data de lançamento: 29 de agosto de 2019                            Elenco: Scarlett Johansson, Adam Driver 
Nacionalidade: EUA                                                              Gênero: Drama 
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Nicole e Charlie estão passando por muitos problemas e decidem se divorciar. Os dois concordam em não contratar advogados para tratar do divórcio, mas Nicole muda de ideia ao receber a indicação de Nora Fanshaw, especialista no assunto. Surpreso com a decisão da ex-esposa, Charlie agora precisa encontrar um advogado para tratar da custódia do filho deles, o pequeno Henry.
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Eu simplesmente amei esse filme. Entendo que haja muitas controversas em relação a ele, porque não é o estilo de filme que costuma concorrer a Oscar, mas eu achei mas do que merecida, não só na indicação de melhor filme, como a indicação em outras categorias também.

O roteiro é absurdo, aquilo alí é um poço de material pra teatro. Monólogos e diálogos muito bem escritos que só melhoram com a atuação impecável de Adam Driver e Scarlett Johansson, que fazem o papel de um casal em processo de divórcio, disputando a guarda do filho pequeno. A história não é nada muito mais elaborada do que isso, se trata de uma situação cotidiana super plausível de acontecer com qualquer família de classe média, mas é ai que a mágica acontece. Porque então o filme é tão bom, se fala sobre uma parada tão comum? A resposta é (não sei)! O roteiro do filme é de verdade tão bem elaborado que prende a atenção de qualquer um, mesmo pros momentos mais supérfluos da história. Com personagens muito carismáticos, contando essa infeliz história de uma maneira leve e divertida. O filme consegue balancear perfeitamente as características que fazem dele um boa produção e um filme agradável de se ver. 

Minha única crítica, com relação ao roteiro, é o final, que todos devemos concordar que o filme acaba no meio do nada. Eu aposto que todo mundo que viu teve a mesma reação: " ué, acabou?". Até entendo o motivo pra que isso tenha acontecido, sendo sincero, até porque não existe de fato um final pra essa história, essa vai ser uma situação que o casal vai ter que conviver pro resto da vida. O filme de fato prende muito a nossa atenção, então quando acaba, chega a ser um tanto frustrante, por não ser tão satisfatório o resultado final, ainda fica a sensação de que as coisas ainda não estão 100% resolvidas. 

Voltando um pouco pro quesito atuação, um dos personagens que mais me conquistou foi a Nora, interpretada por Laura Dern e eu acho que um dos principais motivos pra que isso tenha acontecido foi de fato a interpretação da atriz em cima do material excelente que o roteiro já entrega. Eu me surpreendi bastante com ela, até porque eu eu nunca gostei dos personagem que a atriz interpretava, dessa vez não foi bem isso que aconteceu, a personagem da Nora carrega uma característica muito legal de manipulação, que faz até os próprios telespectadores começarem a tomar lado na questão do divórcio do casal, além dela desenvolver um papel muito importante na condução da história. Não é atoa que Laura Dern foi indicada para melhor atriz coadjuvante e é, com certeza, pra quem eu vou estar torcendo no dia 9.  

Já Scarlett Johansson e Adam Driver superam qualquer nível, por se tratar de uma história possivelmente verídica, é muito fácil de esquecer que eles dois são atores interpretando papéis, eles assumem os personagens de maneira absolutamente imersiva. É uma total entrega aos sentimentos confusos do casal que fica muito clara nas transições de humor realizadas em diversas cenas, é como se os dois atores estivessem de fato vivendo aquela história na pele daqueles personagens. Destaque à cena da briga, que é um dos diálogos mais intensos que eu já vi em filmes e que é interpretada da maneira mais certeira possível.

É um filme muito bom e não tem porque não ver, tá no Netflix. Minha torcida nesse Oscar, tenho certeza, que vai ser em muitas categorias pra esse filme. Acompanhe mais críticas em Oscar 2020Deixe sua opinião nos comentários, mas se você não gostou do filme, não precisa não kkkkk. Mentira faz o que você quiser. ★★★★★
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Indicado à:                           .Melhor Atriz Coadjuvante
.Melhor Filme                      .Melhor Roteiro Original
.Melhor Ator                        .Melhor Trilha Sonora Original
.Melhor Atriz